Noite Fria. Samba pra aquecer...

terça-feira, 5 de julho de 2011

Era Segunda-feira. Dia frio, bem frio pra uma carioca desacostumada à ausência do sol. E como um dia frio geralmente anda de mãos dadas com uma noite gelada, lá fui eu, sem nenhuma estrela no céu, batendo o queixo até o meu destino.

Cheguei e fiquei de prosa na porta, falando do frio, da minha saudade de contar estrelas...mas ao menos naquela noite, essa não seria a maior das faltas. Lá estava eu, na porta da dona da estrela que brilha mais intensamente...

Abriram a porta. A noite fria estava prestes a ser aquecida! Fui a primeira a entrar, a sentar, a olhar aquela quadra como faço há quase 20 anos, como se fosse a primeira vez.

Era o dia de entrega da sinopse de enredo da minha Mocidade aos compositores.

Aos poucos iam chegando os poetas, a maioria da antiga, autores de obras memoráveis, e lá estava essa principiante, feliz por ser café com leite nessa brincadeira, percebendo que já torci tanto por aqueles que ali, sentados ao meu lado, tornaram-se concorrentes.

Um jornalista chegou, colega de profissão, já chegou fazendo pergunta. Por que será?! Pasmem, mas jornalista é assim, o é até sem perceber...

-E aí, hoje você é jornalista ou compositora?

-As duas coisas!

-Sério? Vai escrever samba de novo?

-Vou tentar né...segundo ano, ainda tô começando nessa brincadeira...eles escrevem, eu tô aprendendo...

-Legal! Enredo bom, só tenho ouvido falar bem...

-Claro né, enredo da minha Mocidade , tá pensando o que?

-Ah, tá, pelo visto agora tô falando com a compositora

-rsssss pois é, modo compositora acionado. Quando baixar a jornalista eu aviso. Ah, já vi o Louzada aí, cheguei um pouco antes dele, daqui a pouco deve começar...

E de repente a mesa estava composta, diretores, carnavalesco, e o filho do homenageado. Em 2012 o enredo da Mocidade será “Por ti, Portinari, rompendo a tela, a realidade”. O filho do pintor, João Cândido Portinari, estava lá, com a mesma simpatia de sempre.

A quadra já estava cheia, compositores ansiosos. O diretor de carnaval, Ricardo Simpatia, fez alguns esclarecimentos, distribuiu a sinopse, e deu a palavra ao carnavalesco, Alexandre Louzada.
Pronto! Foi dada a largada. Ali começava minha viagem rumo ao mágico mundo da composição.

Verdade que experiência é o que mais me falta, mas está sobrando boa vontade, disposição, empolgação...aliás disposição pra pagar muito mico em meio aos amigos que já se arriscaram no ano passado ao me acompanhar nessa loucura...

O carnavalesco começou a conversa, tranquilo, sereno, pincelando um pouco da sua arte ali. “Nós seremos os instrumentos, nós seremos os personagens”, dizia o Louzada. E essa cabecinha torta já imaginando a letra, a melodia...mas...mas como meu Deus, ser o pincel e a arte pronta. Eita! Como cantar a simplicidade das mãos que tão bem retrataram o Brasil?! Eu pensava, já aflita...

E o Louzada continuava, ia desbravando a sinopse, um belíssimo poema, explicando, detalhando curiosidades. A primeira pintura profissional de Portinari foi uma estrela, o símbolo da Mocidade, agradável coincidência...

Já em casa, madrugada gelada, mil ideias na cabeça, mas nem um verso pronto nadinha da silva. E o papel em branco ali, me desafiando, debochando da minha cara, rindo da minha inexperiência. Pois bem, foi você quem quis assim. Está declarada a guerra! Prepare-se papel em branco: vou te encher de samba!

Nota: a disputa de samba-enredo na Mocidade começa no fim de Agosto. Adoraria receber vocês lá na quadra, com meu samba na ponta da língua, claro! :) Bom, garanto a entrada, e se cantarem meu samba direitinho, um balde de suco de cevada. :)
 
Lembrem-se de visitar também: http://www.publicandonews.com.br/

Recomeçando

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Já está inventando moda né?! Você já deve ter ouvido isso de alguém. Todo mundo já ouviu isso em algum momento que decidiu arriscar. Fato!


Bem, comigo não foi diferente. E a princípio você ouve e desmotiva. Também ouvi a mesma frase célebre, e sim, mesmo assim lá fui eu inventar moda, não desmotivei. Fui tentar, arriscar, dar a cara pra bater como dizem por aí. Fui em busca de tornar as minhas verdades, realidade. E reconheço, não vai ser nada fácil, aliás, não está sendo. Por isso retomo esse espaço para dentre outras coisas, crônicas do dia a dia insano de insistir até dar certo...insistir no que? Na arte de informar de forma autônoma.

Apesar de um bom mailling, contatos incríveis, e a boa vontade de gente bacana que te ajuda por simplesmente respeitar sua vontade de trabalhar, ainda assim não é nada fácil!

No último dia 12 boa parte da humanidade deveria estar em meio a balõezinhos vermelhos em formato de coração, num jantar impecável, num restaurante chique, com um bom vinho à mesa e blá, blá, blá, blá, blá. Legal. Feliz de quem pode viver essa realidade...mas a minha era outra.

Estava em frente ao notebook, quebrando a cabeça pra usar o SoundForge 7.0 (um editor de áudio), que nem é um modelo novo, mas me assustava, por não tê-lo utilizado antes. As versões anteriores eram bem mais fáceis, o Audacity (outro editor de áudio), mais fácil ainda. Mas lá estava eu, de frente àquele que seria o algoz da minha noite do dia que foi dos namorados.

Ideia brilhante, ligar pra um amigo, pedir pra copiar o audacity dele e tudo certo. Certo? Não! O amigo foi amigo como sempre, e isso mais uma vez me deixou feliz, mas o bendito não tinha o programa. Me encorajou a desbravar a versão de número cabalístico do SoundForge e lá fui eu. Deu certo! Ou quase certo...editei os áudios. Gravei cabeça e pé, juntei com os outros, editei de novo. Pronto. O resultado não foi lá uma Brastemp, mas pra quem estava apenas recomeçando, não foi de todo ruim. Ufa! Ao menos a noite do dia dos namorados não havia sido perdida. Foi produtiva, afinal.

Na noite anterior havia estado numa quadra de escola de samba (lugar sagrado pra mim) com uma receptividade incrível pra quem não representava nenhum veículo grande, mas apenas um modesto site que acabara de nascer. E isso motiva, impulsiona! Claro que nem sempre é assim. Não é todo lugar que abre as portas para um minúsculo veículo independente, da mesma maneira que faz para grandes emissoras, mas tudo bem, esse é só mais um “pequeno” obstáculo a ser quebrado.

Imaginem a pessoa aqui com filmadora, máquina digital, gravador digital, papel, caneta nas mãos (sim, também só tenho duas mãos, graças a Deus nenhuma anomalia) acompanhando o ritmo frenético de uma bateria Feroz! Em seguida a quase levitação da bailarina que mudou de casa e agora veste vermelho, o intérprete também de casa nova, cantando feito Sabiá! Era só o primeiro sufoco, de muitos que estão por vir, e também serão narrados aqui...

Nessa hora você pensa: pai do céu o que estou fazendo?! Sozinha querendo fazer o que em geral é feito por um grupo ou ao menos duas pessoas?! Porque duas pessoas já somam quatro mãos né...mas eis que a teimosia, ou a consciência, ou a tal vontade de arriscar, ou tudo junto te lembram que é difícil sim, demais, mas não é impossível.

E assim nasceram as duas primeiras matérias do http://www.publicandonews.com.br/ onde espero te encontrar muitas vezes, pra trocar ideias, experiências e dar boas risadas das minhas tentativas insanas de continuar arriscando na arte de informar.

Aviso aos navegantes: ainda falta muita coisa no site, incluindo o básico, como fotos. Mas a teimosia falou mais alto e resolvi postar mesmo assim, ao menos para experimentar. Por lá também não é possível fazer comentários (ainda!), por isso, por enquanto, leiam por lá e comentem por aqui, please.

Adoraria que vocês sugerissem pautas! Tudo relacionado ao universo do carnaval, ao meu amado mundo do samba, claro. E ao menos por enquanto, apenas isso. Arriscar em outras searas ainda não é possível. Espero que vocês gostem do que ando aprontando por lá e do que pretendo aprontar por aqui também.
E me ajudem a fazer essa loucura dar certo!

Tá publicado. Pode comentar! Inté. Big hug and many kisses.

site: http://www.publicandonews.com.br/
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